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Governança. Uma palavra que muitas vezes soa técnica, distante, burocrática. Mas que, no dia a dia, é o que sustenta a credibilidade e a solidez de qualquer negócio.
Em procurement, governança é o que assegura que todas as etapas do processo de compras — da seleção de fornecedores à homologação, das cotações às contratações e pagamentos — sejam conduzidas de forma transparente, ética e alinhada aos objetivos da empresa.
Um exemplo simples: quando um negócio adota critérios bem definidos para homologar fornecedores, ela não só reduz riscos como também fortalece sua reputação e constrói um ecossistema de fornecimento mais responsável. Isso é governança em ação.
Ao longo da minha trajetória em supply chain, já vi o que acontece quando isso é negligenciado. Algumas empresas pagaram caro, seja com crises de reputação, seja com perdas financeiras.
E quando falamos de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, essa conversa ganha ainda mais importância. Porque a IA tem o potencial de automatizar decisões, acelerar processos e mudar profundamente a forma como gerenciamos as cadeias de suprimentos. Mas, se não for aplicada com governança, pode também amplificar riscos e distorcer resultados.
Como aplicamos governança na IA da Smarkets
Na Smarkets, a Inteligência Artificial já faz parte da nossa operação há alguns anos. Ela está no centro do nosso marketplace, ajudando a automatizar processos de procurement, identificar riscos, otimizar estratégias de compra e gerar insights que agregam valor para os nossos clientes.
Desde o início, tomamos uma decisão: a IA não opera no piloto automático.
Governança, nesse contexto, significa que todo algoritmo que roda na nossa plataforma segue alguns princípios:
- Transparência: nossos clientes sabem o que a IA está fazendo, com quais dados e com quais objetivos.
- Qualidade de dados: mesmo o melhor modelo de IA não compensa dados ruins. Por isso, mantemos um trabalho contínuo de curadoria e qualificação das bases que alimentam nossos sistemas.
- Supervisão humana: a IA sugere, mas a decisão final continua nas mãos das pessoas. Nossa filosofia é potencializar a inteligência humana, não substituí-la.
Esse cuidado com a governança é um dos fatores que faz nossos clientes confiarem na IA da nossa plataforma.
Por que a governança precisa estar na pauta da liderança?
Hoje, o tema da Inteligência Artificial não pode mais ficar restrito às áreas de tecnologia. Quem lidera um negócio (seja no papel de CEO, diretoria de supply chain ou gerente de compras) precisa entender que a IA já está impactando como decisões estratégicas são tomadas. E isso traz novas responsabilidades.
Vejo pelo menos três razões para manter a governança da IA no centro da pauta:
- Risco reputacional: se uma decisão automatizada gera um impacto negativo (um viés na escolha de fornecedores, um problema de compliance), é a reputação da empresa que estará em jogo. E a responsabilidade, no fim do dia, sempre sobe para a liderança.
- Exigências regulatórias: iniciativas como o AI Act, da União Europeia, e projetos similares em outros países, já estão definindo obrigações criteriosas para a governança de IA. Ignorar esse cenário não é mais viável.
- Confiança como diferencial competitivo: clientes e parceiros querem saber que podem confiar na tecnologia que você oferece. Na Smarkets, temos visto que uma governança robusta da IA é um dos elementos que mais gera confiança, especialmente em setores como saúde e finanças.
Na minha visão, inovação sem governança não se sustenta. Isso é especialmente verdadeiro no nosso setor: procurement movimenta bilhões e impacta cadeias globais. Não podemos correr riscos que comprometam a confiança construída com nossos clientes e parceiros.
Um processo contínuo
Governança é um processo vivo. Estamos aprendendo todos os dias. Não é um projeto com começo, meio e fim. Para mim, é um modo de pensar que precisa estar presente em cada decisão e em cada tecnologia que integramos ao nosso negócio.
E é isso que quero deixar como reflexão para quem lidera negócios: mais do que buscar a próxima aplicação de IA, precisamos garantir que ela esteja a serviço de um futuro mais ético, mais justo e mais sustentável.
Porque, no fim, inovação responsável é a única inovação que vale a pena construir.
E você, como enxerga o papel da governança no uso de IA no seu mercado? Se você também está refletindo sobre esse tema, te convido a seguir com essa conversa. Adoraria conhecer sua visão!
Mônica Granzo Founder e CEO da Smarkets